O policial militar ambiental Lúcio Roberto Queiroz Silva, de 36 anos, que matou a esposa e o suposto amante dela, em Paranaíba, a 398 km de Campo Grande, teve ao menos outras três mulheres enquanto casado e também histórico de violência doméstica, segundo a Polícia Civil. No decorrer do inquérito, a delegada Eva Maira Cogo, disse que testemunhas prestaram depoimento e confirmaram os relacionamentos extraconjugais, além de uma denúncia de agressão que teria ocorrido no ano de 2012.
“Três mulheres estiveram aqui na delegacia e confirmaram o relacionamento com ele, inclusive, mostrando fotos juntos, mensagens de áudio encaminhadas por ele, entre outras provas que possuímos. Uma delas seria uma pessoa que ele conheceu em 2018 e o relacionamento se estendeu até este ano. A mais recente foi uma mulher que ele começou a se relacionar em junho de 2019, no Tinder. Esta também mostrou fotos deles juntos e mensagens. É uma pessoa da cidade de Aparecida do Taboado”, afirmou ao G1 a delegada.
No caso desta testemunha, a delegada conta que uma amiga dela também contou que “levou um susto” quando viu a notícia das mortes, principalmente, porque o policial dizia ser divorciado. “Isso é algo comum entre todas as testemunhas: nenhuma sabia que ele era casado e, quando uma delas descobriu, o questiono. Ele teria respondido que apenas estava morando na mesma casa que a esposa”, ressaltou Cogo.
No caso do possível relacionamento entre Regianni Araújo, de 32 anos, e o corretor de imóveis Fernando Enrique Freitas, de 31 anos, a policial apontou que não existem provas concretas. “Não ficou provado. Nós fizemos buscas e conversamos, inclusive, com amigas muito próximas dela, que sabiam da intimidade. Elas não sabiam de nada e nós então não podemos afirmar se aconteceu com certeza ou não. É por isso que, a todo momento, o Fernando está sendo tratado como suposto amante”, ressaltou a delegada.
O policial militar ambiental Lúcio Roberto Queiroz Silva, que matou a esposa e o suposto amante dela, em Paranaíba — Foto: Facebook / Reprodução
Conforme a delegada, as testemunhas prestaram depoimento após ela fazer a oitiva com o próprio Lúcio. “Na ocasião ele disse que convivia com a Regianni desde 2007 e afirmou que não teve outras mulheres. Quando questionado sobre o relacionamento, apenas respondeu que era normal como outro qualquer. Falou também que, quando tinham discussões verbais, resolviam na conversa. Ele foi categórico neste sentido”.
Mãe da vítima disse que policial possui histórico de violência e até ela teria sido agredida
No entanto, entre as dezenas de testemunhas ouvidas, a polícia também conversou com a mãe de Regianni. “Temos nos autos a denúncia da mãe dela. No ano de 2012, enquanto Regianni trabalhava como assistente administrativo em um posto de combustível da cidade, ele teria a agredido após uma crise de ciúme. A mãe fala que, na época, o casal morava com ela e que Lúcio teria batido muito na esposa por conta de ciúmes um colega de trabalho. Ao tentar intervir, a mãe também fala que foi jogada na parede, só que não houve denúncia”, comentou a delegada.
Sobre o crime, além de apontar que o policial demorou 3 minutos para ir de uma casa a outra, a perícia também analisou imagens de câmeras de segurança e apontou que o assassinato da Regianni demorou 33 segundos para cometer o crime. “É o tempo em que ele atira, pega a chave do carro do pai dele e, segundo a testemunha, aponta a arma para a vítima e conversa com ela. No diálogo ela fala: você tá doido? E ele responde: Tô doido, matei o Fernando e agora vou te matar também. Em seguida, ele atira e sai”, detalha a delegada.