Pesquisadores do Laboratório de Ictiologia do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) conseguiram reproduzir em cativeiro uma espécie de cascudo ameaçada de extinção: o cascudo-viola. Esse é o primeiro registro de reprodução da espécie em todo o mundo e contribuirá para estudar a conservação e preservação da espécie, afirma o biólogo Heriberto Gimênes Junior, coordenador do laboratório.
O cascudo-viola (Loricaria coximensis) mede apenas 9,6 centímetros de comprimento e ocorre apenas no Rio Coxim, na área de influência de uma pequena central hidrelétrica. Ele integra uma lista com 25 espécies ameaçadas de extinção do Cerrado e Pantanal e contemplados em um plano de ação nacional para conservação.
As pesquisas começaram em setembro, conta Heriberto, envolvendo os cinco técnicos que trabalham no Laboratório de Ictiologia do Imasul. E em outubro já ocorreu a primeira desova. “Agora já estamos na quarta desova do mesmo casal”, revela o biólogo, admitindo que foi uma surpresa para a equipe o sucesso do experimento. Tudo será relatado em um artigo científico que está sendo elaborado pela equipe.
O secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), destaca a importância das pesquisas já realizadas no laboratório, voltadas para espécies em extinção. “Esse trabalho tem apresentado resultados de grande relevância para a ictiofauna sul-mato-grossense”, afirmou.
O laboratório de Ictiologia do Imasul abriga espécies que povoarão o futuro Aquário do Pantanal. Enquanto esse momento não chega, os pesquisadores já desenvolveram diversos trabalhos científicos, sendo a 55ª espécie de peixe reproduzida em cativeiro ali. Este projeto, especificamente, desenvolveu-se em parceria com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).