A cidade de Bonito, conhecida internacionalmente como um dos principais destinos de ecoturismo do mundo, pode se tornar também um destino de cultura. A 20ªEdição Comemorativa (de 25 a 28 de Julho), que sempre conta com grandes nomes nacionais da música, teatro e dança, tem muito a contribuir com este novo cenário.  Diversidade cultural, discussões temáticas e sociais estão entres as atrações do Festival, cujo mérito é valorizar e dar visibilidade à cultura sul-mato-grossense em todas as suas vertentes. Além das belezas naturais, a época é uma excelente oportunidade para o turista visitar a cidade, principalmente os sul-mato-grossenses. Criado em 1999, com a proposta de integrar diversas expressões artísticas e atrair mais turistas para a região, o Festival de Inverno de Bonito, ao longo dos anos, foi ganhando mais importância e tornou-se um dos eventos mais aguardados no Estado. Com ações importantes em prol da cultura, o evento também contribui para movimentar a atividade econômica na região. De acordo com pesquisas das edições anteriores, o Festival é um motivador de fluxo de turismo e gera benefício econômico para todo o município, na opinião do diretor-presidente da Fundação de Turismo do Estado (Fundtur), Bruno Wendling. Segundo ele, a cidade tem vários elementos para se transformar num destino como Paraty, que alia beleza natural, cultura e gastronomia. “Além de atrair turistas, o Festival é mais uma alternativa, um valor agregado para quem já está na cidade”, explica Wendling, ressaltando que, ainda segundo pesquisas, 88% das empresas se beneficiam com o Festival. “São hotéis, restaurantes, comércio, toda a cadeia turística se beneficia”, conclui. No mesmo período ano passado, a taxa de ocupação hoteleira, no total, foi de 67%, melhor julho dos últimos quatro anos. Para o 20º Festival de Inverno as expectativas são ainda melhores. O diretor do grupo Zagaia, Guilherme Poli, conta que o resort está com 100% da sua ocupação reservada para o período. A escolha da data, final de julho, segundo ele, é perfeita tanto para o turista quanto para o trade, porque é uma época em que a ocupação começa a cair. “Sem o Festival, nossa ocupação neste período seria de 40%”, explica, reiterando que os preços praticados também caem bastante. Entusiasmado com o evento, Guilherme torce para que o Festival pudesse durar 10 dias. Isto, segundo ele, aumentaria o tempo de permanência do turista na cidade. “Bonito se transforma com o Festival”, diz o empresário que acaba de criar, junto com o trade turístico, o Instituto de Desenvolvimento de Bonito, para realizar ações de marketing. É a classe se unindo em torno do mesmo objetivo. Fundamental para o município E é exatamente a divulgação, inclusive nacional, a mídia espontânea gerada pelo Festival, um dos fatores que, segundo o secretário de Turismo de Bonito, Augusto Mariano, que consolida o destino. “O Festival tem importância fundamental para nós, principalmente porque ele nos coloca na mídia positiva antes, durante e depois do evento”, diz o secretário, acrescentando que esta divulgação atrai principalmente turistas de países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, além de São Paulo e, claro, os turistas das cidades vizinhas. “Durante cinco dias somos a capital do Centro-Oeste”, ressalta.  Para se ter ideia do quanto o Festival movimenta a economia local, Augusto faz a seguinte conta: de cada real colocado pelo Governo, há um retorno de cinco a seis reais para o município. A expectativa é que este ano seja gerado cifra em torno de R$ 10 a R$ 12 milhões durante os quatro dias de programação. “São cerca de 30 a 40 mil pessoas que vão dormir, comer, comprar algum souvenir; isto movimenta toda a cadeia produtiva do turismo”, explica o secretário. Para a presidente do Bonito Convention & Visitors Bureau, a empresária Tânia Van der Sand, a expectativa para o Festival deste ano é de 100%. ‘“O evento já é consagrado e as pessoas se programam com antecedência”, diz elogiando o fato da divulgação desta edição ter sido feita com mais antecedência. Bonito, segundo ela, depende do Festival para movimentar a economia, principalmente neste período, considerado baixa temporada. “Quanto antes for divulgada a programação, mais tempo os turistas têm para se programarem”, explica. Proprietária de um Hotel na cidade, Tânia conta que atendeu ao pedido do secretário de Turismo, feito a todo trade, para que os preços fossem mais acessíveis durante o Festival. “Ele fez um grande esforço neste sentido, ligando pessoalmente para todos os empresários”, conta. Dos atuais 6.559 leitos disponíveis em Bonito (segundo inventário feito em maio pelo Bonito Convention & Visitors Bureau), há opções para todos os bolsos. Mas quem deixar para última hora corre o risco de não conseguir uma vaga. Propriedades que responderam ao questionamento no grupo da ABH (Associação Bonitense de Hotelaria), disseram que estão com 100% de ocupação no período. Mesmo com formato mais enxuto, segundo a diretora-presidente da Fundação de Cultura de MS (FCMS), Mara Caseiro, o Festival não deixou de contemplar todos os seguimentos culturais e envolvendo a comunidade de Bonito. Além da programação oficial, este ano, pela primeira vez nos 20 anos de evento, algumas atrações irão até o assentamento Guaicuru e o Distrito Águas de Miranda nos dias 20 até 23, numa programação chamada de Pré Festival. Mara também compartilha do mesmo ponto de vista do diretor-presidente da Fundtur, Bruno Wendling, afirmando que Bonito está entrando na rota do turismo cultural. “Mato Grosso do Sul está mostrando ao Brasil o que temos de melhor na nossa cultura”, atesta. Além da movimentação na economia da cidade e região, o Festival de Bonito ainda cumpre a função social importantíssima. Quem nunca teria acesso a um espetáculo de nível nacional de música, teatro e dança, pode assistir tudo de graça e ainda participar de oficinas, visitar galerias de artesanato. “O Estado está cumprindo seu papel e fazendo inclusão social no município”, elogia o secretário de Turismo de Bonito, Augusto Mariano.

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