O trabalho de enfrentamento à dependência química entre detentos, sistematizado pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), também é realizado na Colônia Penal Industrial Paracelso de Lima Vieira Jesus (CPITL), unidade penal masculina de regime semiaberto de Três Lagoas. Desenvolvido em 22 presídios de Mato Grosso do Sul, o projeto Recomeçar consiste na realização de reuniões semanais com dinâmicas em grupo, palestras, apresentações de vídeos motivacionais, filmes e oficinas criativas. Na Colônia Penal de Três Lagoas, atualmente, os trabalhos são coordenados pela assistente social Sandra Elisa e pela psicóloga Juliana Muniz e contam com a participação de palestrantes voluntários e membros dos narcóticos anônimos. Iniciado há dois anos, o projeto passou por readequações e foi retomado há cerca de um mês. Agora, são realizados encontros semanais e conta com a participação de 25 reeducandos. “Agradecemos pela oportunidade, por estarem acreditando na gente, trazendo os palestrantes, motivando para que possamos sair com a cabeça voltada para as coisas que realmente valem a pena na vida”, afirma o reeducando Luciano Oliveira dos Santos, um dos atendidos pelo Recomeçar na CPITL. Entre as palestras ministradas, o coach e analista comportamental Marcos da Paz falou aos custodiados sobre “Estratégias para o Sucesso”, com intuito de buscar a melhoria emocional e comportamental aos internos. “O nosso foco e estimular a autoestima e mostrar oportunidades na diversidade, gerando, assim, mentes novas, com objetivos e metas”, destacou o palestrante. Para o diretor da unidade prisional, José Antônio Garcia Sales, a implantação desse projeto no presídio semiaberto é um passo a mais no caminho da ressocialização, já que a dependência química é um dos fatores que contribuem para a criminalidade. “Muitas vezes, só precisam de oportunidade para dar o primeiro passo em direção a um outro tipo de vida e esse projeto é o incentivo que precisavam”, comenta o diretor. Grupos de Apoio Iniciativas de combate à dependência química entre custodiados em presídios de Mato Grosso do Sul são coordenadas pela Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen (DAP), por meio da Divisão de Promoção Social. Desenvolvidos por agentes penitenciários da área de Assistência e Perícia, os trabalhos envolvem, principalmente, terapia em grupo e contam com o importante apoio de voluntários do Narcóticos Anônimos (N.A.). Em Três Lagoas, o projeto também é realizado nas unidades de regime fechado. Durante os encontros dos grupos terapêuticos das unidades prisionais, os integrantes de N.A. expressam a importância dos doze passos para a recuperação, partilham suas próprias experiências com o uso das diversas drogas e como suas vidas mudaram a partir do momento em que passaram a encarar a adicção como doença. A principal meta é superar o hoje, um dia de cada vez.

LEIA TAMBÉM

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *