A agente de saúde saiu abalada e aos prantos da reunião, quando foi interceptada pelo acusado no corredor realizando ameaças

Aldecir Dutra é esposo da candidata a vereadora na última eleição em Campo Grande, Soninha da Saúde, que comanda a ouvidoria da Sesau atualmente.A-A+

Uma agente de saúde da Prefeitura Municipal de Campo Grande denunciou um caso de ameaça e injúria, supostamente praticado pelo secretário-adjunto Aldecir Dutra de Araújo.

A mulher, de 46 anos, procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) em 26 de março de 2025, relatando o episódio de flagrante misoginia, machismo, injúria e ameaças por parte do secretário.

De acordo com o boletim de ocorrência nº 2327/2025, o secretário-adjunto de saúde, Aldecir, realizou ataques verbais à vítima durante uma reunião no gabinete da secretaria, ocorrida em 12 de março de 2024.

Durante o encontro, que contou com a presença de outros agentes de combate a endemias, a vítima relatou que o secretário fez comentários depreciativos sobre sua capacidade técnica, afirmando que “colocaram a *** lá no setor (de transporte), lá só tem homem, o que ela vai saber fazer lá”, e ainda completando: “tem que colocar alguém com técnica”.

A vítima disse que rebateu a fala, mas recebeu nova resposta do autor: “não, eu não estou falando que você não é capaz, você serviria para outro setor e não para o transporte”. A situação gerou constrangimento e sentimento de humilhação entre os presentes.

Diante do episódio, a vítima contou sobre a agressão à prefeita Adriane Lopes (PP), que convocou uma reunião com as mesmas pessoas para buscar saber sobre o conflito. Na reunião, o secretário, ao ser confrontado, teria voltado a atacar a agente de saúde com dizeres: “isso é mentira, eu nunca falei isso, você é uma mentirosa”.

Com a nova agressão por parte do servidor, a agente de saúde saiu abalada e aos prantos da reunião, quando foi interceptada pelo acusado no corredor dizendo: “você está mentindo, eu sei que está mentindo, esse choro de falsidade aí para mim é esperteza; e pessoa esperta comigo não se cria, você vai ver (sic)”.

Quanto à nomeação da agente de saúde, foi cancelada pelo próprio secretário-adjunto acusado. A vítima classificou o episódio como retaliação por ela ter reagido às falas machistas de Aldecir.

A denúncia está sendo apurada pela Polícia Civil. A agente de saúde afirma que se sentiu desrespeitada e constrangida, e espera que as autoridades tomem as providências cabíveis.

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