
O presidente da Aced (Associação Comercial e Empresarial de Dourados), Nilson dos Santos, rejeitou na noite desta quarta-feira (10) o conteúdo de uma carta que circulou ao longo do dia, supostamente assinada por empresários, inicialmente de Campo Grande e depois de Dourados, anunciando um rompimento nas relações com autoridades do governo, especialmente quanto às medidas de contenção do avanço da Covid-19 que são estudadas.
“É fake”, resumiu o presidente da entidade empresarial, acrescentando que a mesma carta dirigida ao governador Reinaldo Azambuja e aos prefeitos Marquinhos Trad, da Capital e depois ao douradense Alan Guedes, “já circulava terça-feira em Paraguaçu Paulista [cidade natal dele] e pelo estado de SP, mudando nomes e lugares…”
Nilson disse que os dirigentes da Aced permanecem vigilantes “e contatando nossas lideranças para achar uma solução plausível, sensata e consensual em nosso Estado, articulando com todas autoridades competentes” para enfrentar essa crise decorrente da pandemia do coronavírus.
Veja o que sugere a ‘carta’:
CARTA ABERTA DOS EMPRESÁRIOS DO MUNICÍPIO DE DOURADOS/MS
Ao Sr. governador REINALDO AZAMBUJA, prefeito Municipal ALAN GUEDES , Vereadores, Comitê de Contingência ao Coronavírus e ao povo Douradense.
Informarmos que a partir do dia 10 de março de 2021, não aceitaremos e muito menos seguiremos qualquer decreto que impeça qualquer pessoa no Município de exercer seu Direito Constitucional da Livre Iniciativa (Art. 1o, IV, CF e Art. 170, CF).
Qualquer novo decreto que impeça o trabalho irá comprometer outro Direito Constitucional, o da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1o, III, CF) seja para Empresários, Colaboradores, Funcionários Públicos, Aposentados e outros, pois, além de inviabilizar a continuidade de atividades, demissão em massa, quem tem seus proventos sofrerá com enorme redução em virtude da inflação no preço dos produtos.
Pedimos que o Sr. Prefeito, Vereadores e Comitê de Contingência que esqueçam a política e adotem o tratamento precoce, transparência da vacinação e verbas, façam investimentos na área da saúde, aumento de leitos, insumos, estoque de medicamentos, EPIs, dentre outros que garantam atendimento médico a todos, bem como a fiscalização contínua de festas clandestinas, churrascos e aglomerações.
Reiteramos que Distanciamento Social não é sinônimo de Proibição do Trabalho e Fechamento de Atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido a crise financeira. Dentro das lojas do centro, shoppings ou bairros, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que possuem, devem controlar os acessos.
Por fim, reiteramos ao Sr. Prefeito que não iremos seguir qualquer decreto que impeça o trabalho a partir do dia 10 do mês de março de 2021 e pede que não sejam editados decretos neste sentido, pois a abertura não será uma opção do Sr. Prefeito, mas do povo douradense contra os decretos e a fiscalização, ante a situação, iremos praticar a legítima defesa (Art. 25 do Código Penal), pois estaremos defendendo nossas famílias, nossos amigos, nossos colaboradores, todo cidadão douradense e nosso patrimônio”.
